Uma Visão Pastoral Sobre Tatuagens

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Uma Visão Pastoral Sobre Tatuagens

UMA VISÃO PASTORAL SOBRE TATUAGENS

As tatuagens estão cada vez mais visíveis no corpo de pessoas identificadas como cristãs. Enquanto era uma prática restrita às pessoas em geral, não causava polêmica dentro das igrejas e por parte da liderança eclesiástica. Todavia, com o aumento do número de crentes também lançando mão dessa prática para fins estéticos, embora o silêncio da aparente aceitação seja inegável, o assunto poderia estar “entalado na garganta”, precisando de opiniões para ajudar na decisão de fazer ou não fazer tatuagens. Nesse objetivo, o tema pode ser analisado sob vários ângulos.

  1. Texto Bíblico

Se alguém procurar versículo bíblico para fazer ou não fazer, estaria insinuando ser uma pessoa que só faz o que a Bíblia manda: “Eu só faço o que a Bíblia diz”. Este é um aspecto a ser verificado, tanto porque as pessoas não são tão absolutas assim, quanto porque o versículo bíblico existente e divulgado está em Levítico 19.28, um texto que deixou de ser doutrinário para se tornar um referencial de princípios para o cristão, sendo relativo, dependendo do texto, do contexto e da relação com os ensinos de Jesus Cristo.

  1. Radicalismo

Houve uma época quando tratar este assunto poderia ter abordagem radical, pois eram poucas as pessoas com tatuagens e muito menos ainda na igreja. Hoje a abordagem requer bom senso e sabedoria, pois pessoas com tatuagens estão se convertendo e se tornando membro de igrejas. Pessoas identificadas como crentes estão fazendo tatuagem. Portanto, não é algo que se possa facilmente tirar ou proibir para atender exigências de uma igreja ou denominação.

  1. Ponderação

Exatamente porque não é algo que se tira a hora que quer, é preciso pensar não apenas duas, mas várias vezes sobre a decisão de tatuar a pele. Será algo que permanecerá, com alguma dificuldade para ser removida com água e sabão, se a pessoa mudar de opinião. Mudar de opinião é algo que acontece a qualquer um, principalmente com o amadurecimento da vida cristã. Por mais que num momento possa parecer mais um aspecto estético de embelezamento, na verdade, mais tarde pode se tornar um item incômodo para a pessoa. No caso das tatuagens, a mudança de opinião, querendo removê-las, o procedimento recomendado é lazer, embora seja dispendioso.

  1. Preconceito

Outro ângulo social, cultural e religioso a ser considerado é que a tatuagem ainda é um fato que gera discriminação, fechando portas e quebrando relacionamentos, mesmo que o silêncio esteja prevalecendo e mesmo que se pregue contra qualquer tipo de preconceito. Sempre argumentamos que Deus não faz discriminação de pessoas e a legislação considera crime na Lei N.º 1.582 de 2007. No entanto, a verdade é que as pessoas tem certo grau de descriminação, no qual a presença de tatuagens está incluída, mesmo que veladamente.

 

  1. Símbolo cristão

Uma das opções para se acomodar a prática é usar tatuagem com símbolos cristãos, sempre argumentando que o cristianismo é rico em simbolismo. Todavia, a análise teológica baseada na Bíblia conduz ao entendimento de que símbolos correm o risco de se tornar objetos de adoração, principalmente por razões sensoriais e materiais da religiosidade humana, comprometendo a expressão unicamente espiritual de alguém.

Conclusão

Para muitas pessoas, a pele do seu corpo não teria nenhum tipo de mancha, cicatriz, rugas, defeito, incluindo tatuagem. Gostam de uma pele limpa, seja branca, amarela ou negra. Com alguma dificuldade, aceitam os efeitos da velhice ou cicatrizes de cirurgias na pele. Porém cada um tem seu gosto e deve ser respeitado. Enfim, parece que a tatuagem também se tornou parte integrante daquele slogan que diz: “Política, religião e esportes não se discutem”. O jeito é conviver com ela.

Autor: Edson Raposo Belchior