Alerta às Igrejas nos Dias Hodiernos

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Alerta às Igrejas nos Dias Hodiernos

ALERTA ÀS IGREJAS NOS DIAS HODIERNOS

 Introdução

  1. Se Judas, irmão de Tiago, ainda no primeiro século da era cristã, teve o cuidado de escrever uma carta de alerta para os crentes de sua época, considerando as ameaças internas que as igrejas estariam sofrendo, muito mais alertas devem estar os cristãos da época atual. Se, naquela época, uma ou outra heresia estava sendo introduzida nas igrejas cristãs, comprometendo o ensino herdado dos apóstolos, hodiernamente várias heresias, simultaneamente, estão se fazendo presente no seio da cristandade. Os dias atuais são dias de ateísmo, liberalismo, sincretismo, misticismo, ecumenismo, hedonismo – tudo de uma só vez invadindo nossos arraiais, gerando várias heresias.
  2. Passados os dias quando Tiago viveu e chegados os dias finais do apóstolo João, este ouviu de Jesus Cristo palavras de reprovação a cinco das sete igrejas da Ásia Menor, palavras essas registradas no livro do Apocalipse. Além da literalidade do número sete na identificação dessas igrejas, também é possível interpretar que o número sete seria figurado, representando as outras igrejas existentes. Isto significa que a proporcionalidade das igrejas reprovadas, naquela época, seria maior do que das igrejas aprovadas. Seria, portanto, da maioria delas. Se, no primeiro século, quando o legado apostólico acabava de ser entregue às igrejas, houve tamanho comprometimento das igrejas com algumas heresias, imagina o que estaria ocorrendo em nossos dias em termos de comprometimento, com a enxurrada de heresias e, principalmente, no afã de ver os templos cheios de adeptos, independente de qual seja o corpo de doutrinas. Basta, portanto, atentar para algumas ideias, conceitos e práticas, a fim de evitar a presença de heresias na igreja, assim como não fazer parte de igrejas contaminadas por heresias.

 1. Única igreja verdadeira

Uma das estratégias mais sutis para atrair pessoas que desejam participar de uma comunidade, que realmente esteja identificada como genuína igreja de Jesus Cristo, é se apresentar como a única igreja verdadeira. A verdade nua e crua é que não existe nenhuma igreja que possa apresentar essa credencial, pois todas as igrejas existentes em nossos dias tiveram uma origem histórica em algum momento mais recente ou mais distante no calendário do surgimento delas. Se uma igreja de 10 anos ou de 100 anos ou de 1.000 anos, surgida em algum lugar do mundo, pretenda esse crédito, isto significaria que as demais igrejas anteriores, em outros lugares, não poderiam ser assim consideradas. Nem mesmo a igreja católica romana, que remonta aos primeiros séculos, poderia reivindicar tal pretensão, principalmente por causa das suas heresias estabelecidas ao longo dos tempos. Em outras palavras, a verdade nua e crua é que várias igrejas podem ser consideradas como igrejas que procuram ser verdadeiras, independentemente da data de sua origem, se essa atitude tem como fundamento fidelidade ao nome de Jesus Cristo e lealdade aos seus ensinos. Existiram várias delas no passado e existiriam várias delas no presente. O exclusivismo de uma igreja é uma heresia.

 2. Bíblia por seletividade

Uma das experiências cristãs mais ricas é amar a Bíblia como Palavra de Deus, considerando-a inspirada em todos os seus livros e textos. Por meio de sua leitura integral se tem conhecimento da história da salvação, desde os dias mais antigos. Compreende-se o papel do povo israelita nessa história da salvação, assim como o amor de Deus por todas as nações e povos, demonstrado na vinda de Jesus Cristo e da pregação do evangelho em todo o mundo, até que história chegue ao seu fim.

Sua leitura por inteiro dá a compreensão do que seja revelação progressiva, mostrando o modo de Deus agir em cada época, em cada geração, em cada dispensação, culminando nos últimos tempos com seu projeto de lidar com a humanidade tendo como base a sua graça, à luz do sacrifício de Jesus Cristo na cruz do Calvário, até que chegue o final da história e todos sejam julgados no Juízo Final.

Consequentemente, a formulação de um corpo doutrinário também terá como base a leitura de toda a Bíblia, sem a atitude da seletividade de alguns textos que sejam convenientes. Se a atitude devocional de “consultar ao Senhor” e de abrir a Bíblia em qualquer texto aleatoriamente, a título de revelação individual, compromete a interpretação do que Deus quer para a vida de uma pessoa, também a formulação de doutrinas para a igreja, que considere alguns textos e ignore outros, compromete os rumos de uma igreja. Assim como não se pode interpretar e aplicar o Velho Testamento sem o Novo Testamento, assim também não se pode criar uma doutrina e adotar uma prática com base em alguns textos do Novo Testamento e ignorar outros. Atitudes assim só produzem heresias.

 3. Pseudas Revelações

Uma das consequências inevitáveis de não se considerar a Bíblia como instrumento básico para perceber a revelação de Deus, seja em termos de conceito teológico, seja em termos de direção pessoal, é a dependência de outras fontes de orientação. Além dos horóscopos, búzios, cartas, pedras, pirâmides, leitura de mãos, borra de café e outros oráculos pagãos, existe no seio de igrejas consideradas cristãs o que se conhece como “revelações do Senhor”. Basicamente, é a atitude de um pretenso crente se apresentar como portador de mensagens de Deus para outro crente, como se estivesse profetizando situações que irão ocorrer.

Embora as experiências de revelações do Espírito Santo estejam mencionadas na Bíblia (Atos 16.6,7; 21.4, 11-14; Apocalipse 2.9 e seguintes), o que tem acontecido em algumas igrejas é distorção dessa experiência bíblica, levando pessoas a tomarem decisões cujos prejuízos são irrecuperáveis, em várias áreas da vida, cujo melhor exemplo pode ser encontrado no episódio registrado em I Reis 13.1-30).  O que tem acontecido são falsas revelações feitas por falsos profetas (Mateus 24.11). Muitas dessas falsas profecias têm origem em sonhos interpretados, imaginação inventiva, projeção de desejos, insinuações diabólicas e não são as orientações espirituais que Deus concede ao coração dos crentes, diretamente.

 4. Condicionamento psicológico

Enquanto Jesus Cristo em suas mensagens sempre lançava mão da liberdade das pessoas na tomada de decisões (Marcos 8.34, João 5.40, Mateus 23.37), para que as atitudes e comportamentos fossem conscientes, algumas igrejas no afã de conseguir adesão imediata e obediência automática de seus membros costumam lançar mão do condicionamento. É um fenômeno psicológico que leva pessoas a fazerem coisas sem terem consciência, usando estratégias como concentração, manipulação emocional, sugestão e hipnose, lavagem cerebral. As pessoas passam a ser controladas, tendo as mesmas atitudes, as mesmas palavras, os mesmos pensamentos. Para realizar esses condicionamentos, usam-se retiros, seminários, encontros secretos e reuniões diárias, lançando mão de determinadas músicas, palavras de efeito, privação de necessidades básicas, promessas de recompensas, advertências de punições.  Deixa de existir o livre arbítrio, a espontânea vontade, a liberdade de agir. Porque é feito em ambiente religioso e usa linguagem espiritual, torna-se porta aberta para o surgimento de heresias.

 5. Busca do batismo espiritual

Enquanto o ensino doutrinário apostólico registrado nas páginas do Novo Testamento menciona o batismo espiritual como associado à experiência de conversão (Efésios 1.13; Romanos 8.9; I Coríntios 12.3), algumas igrejas insistem em dissociar essas duas experiências. Ensinam que o batismo com o Espírito Santo é posterior à conversão e resultado de uma busca através de algumas atitudes. O acontecimento será evidenciado pelo ato da pessoa falar línguas estranhas. Neste caso, falar línguas deixa de ser um dos dons espirituais facultativos aos crentes (I Coríntios 11-14), passando a ser única evidência do batismo espiritual. Essa busca pode não ter êxito, gerando a heresia de crentes em Jesus Cristo que não tem o Espírito de Deus, em vez de crentes que sejam orientados a buscarem a plenitude espiritual (Efésios 5.19,19).

 Conclusão

Além de estar em alerta quanto a situações que estejam sendo informadas em nosso cotidiano, tais como animais perigosos, substâncias venenosas, radiações solares, sinais no trânsito, fios elétricos, também é relevante estar em alerta quanto á infiltração de heresias no seio das igrejas, principalmente quando sutis e imperceptíveis no primeiro momento. Nossa vida cristã atual e nossa eternidade dependem desse estado de alerta.

 

Autor: Edson Raposo Belchior